Como manter a saúde mental na pandemia

Como manter a saúde mental na pandemia

A pandemia e o consequente isolamento social trouxeram mudanças significativas para a vida de todos nós. Essa verdadeira transformação pegou a todos de surpresa e mexeu com o comportamento, a rotina e até mesmo as certezas das pessoas. Tanto é que, em 2020, as buscas sobre o assunto “saúde mental” aumentaram 98% em relação aos anos anteriores. 

Os reflexos da Covid-19, na saúde, na economia e principalmente no dia a dia das pessoas, são sentidos por todos, em especial pelas crianças e adolescentes. Portanto, como os adultos devem agir para atenuar os aspectos negativos da pandemia para esse público? 

Tudo começa com a tomada de consciência. Por possuírem uma capacidade cognitiva maior e, consequentemente, maior capacidade de adaptação, os adultos têm mais condições de atravessar essa fase e, ao mesmo tempo, apoiar as crianças e os adolescentes a fazer o mesmo. 

Equilibrado emocionalmente, mantendo sua plena capacidade cognitiva e emocional, o adulto tem condições de compreender o cenário que estamos vivendo e passar de forma racional e tranquila as informações e respostas que as crianças e os adolescentes precisam. 

Nesse contexto, o papel dos pais é fundamental para atenuar os reflexos da pandemia e do isolamento na vida das crianças e dos adolescentes, uma vez que são os principais responsáveis por eles. 

 

O impacto emocional dos efeitos da pandemia 

Diversas pesquisas têm mostrado o significativo impacto emocional que a pandemia gerou no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças e adolescentes. No segundo semestre de 2020, foram registrados mais de 95 estudos no País sobre o assunto. 

Um desses estudos, realizado pela Fundação Lemman, em parceria com o Itaú Social, mostrou um número preocupante: 77% dos alunos pesquisados apresentaram sentimentos de ansiedade, tristeza ou sobrecarga emocional.  

São dados que merecem atenção para que pais e escolas busquem, juntos, soluções para dissipar tais sentimentos tão prejudiciais para o desenvolvimento dos alunos. 

Os motivadores principais dos problemas emocionais das crianças e adolescentes são vários, sendo que podemos destacar o medo de ficar doente, o medo de perder algum parente próximo, a perda do contato pessoal com amigos e outros familiares, a falta de eventos sociais e o convívio intensificado com os pais, pelo fato destes também estarem trabalhando em casa. 

 

Identificando sinais de sobrecarga emocional 

Os desafios psicológicos ocasionados pela pandemia têm uma relação direta com o corpo. Durante o período de isolamento social, o stress causado contribuiu para a produção, acima do normal, do hormônio cortisol, uma consequência natural do organismo que incide sobre o sistema nervoso central. 

Essa resposta do organismo acaba gerando duas reações distintas: a hipervigilância e a hipoatividade. 

A hipervigilância pode acarretar inquietação, irritabilidade, agressividade e principalmente hiperatividade motora. Por outro lado, a hipoatividade tem o efeito contrário, gerando apatia, passividade e geralmente muita tristeza. 

Tanto uma como a outra reação podem também levar a alterações nos aspectos funcionais das crianças e dos adolescentes, tais como perda de apetite ou aumento da vontade de comer, insônia à noite e sono durante o dia, e distúrbios de higiene, como não tomar banho durante dias ou tomar vários banhos diários. 

Como dito anteriormente, essas situações extremas não são, portanto, normais. Ao percebê-las, os pais devem buscar ajuda especializada, para que elas não se intensifiquem até níveis extremos. Algumas vezes, a solução vai além do conforto emocional, podendo utilizar a ajuda da medicina também. 

Independentemente do estágio emocional que a criança ou adolescente se encontra, o diálogo e o relação próxima dos pais são fundamentais. Para criar intensos laços afetivos, para acolher, para dar segurança e tranquilidade. 

Cuidar é a palavra e a atitude que fazem a diferença nesse momento tão delicado. 

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